Parque Natural do Vale do Guadiana

Parque Natural do Vale do Guadiana

O Parque Natural do Vale do Guadiana situa-se no Sudeste do território no vale médio do rio Guadiana desde a zona do pulo do Lobo até a foz da ribeira de Vascão. Abrange parte dos concelhos de Mértola e Serpa com uma área total de 69 700 hectares.

A paisagem do Parque Natural do Vale do Guadiana é uma planície ondulada em que se escondem os vales encaixados do rio e dos seus afluentes. Aqui se encontram numerosos biótipos – margens e leitos dos cursos de agua, matagal mediterrâneo, afloramentos rochosos, montados, matos, estepes de cereal e pousios que conferem em toda a área do Parque Natural do Vale do Guadiana uma biodiversidade que merece ser preservada.

Os cursos de agua no Vale do Guadiana albergam uma importante fauna de espécies de peixes endémicas como o saramugo e a boga do Guadiana. Da avifauna destacam-se as grandes aves de rapina como a águia imperial, a águia-real ou a águia-de-bonelli e aves estagiárias como o peneireiro das torres.

O Parque Natural do Vale do Guadiana é também habitat do felino mais ameaçado do mundo, o lince Ibérico. A vila de Mértola situada no alto de um esporão rochoso que assinala o termo de navegabilidade Guadiana domina a envolvente e guarda inúmeros testemunhos do passado que lhe dão o título de vila Museu.

Na zona norte do Parque Natural do Vale do Guadiana situa-se um dos seus principais atrativos, o Pulo do Lobo, local de grande interesse geológico onde as águas do Guadiana caem cerca de 20 metros altura através de uma garganta rochosa.

Outros locais de importância é a mina de S. Domingos , a aldeia do Pomarão, o festival Islâmico e a feira da Caça.

Parque Natural do Vale do Guadiana

Parque Natural do Vale do Guadiana – Percursos Pedestres

Parque Natural do Vale do Guadiana

PR 1 – Guadiana, o Grande Rio do Sul

O percurso inicia-se num local conhecido como “Poço dos Dois Irmãos”, à direita na saída de Mértola pela estrada que segue para o Algarve. Prossegue, depois, por terra batida em direção ao perímetro florestal de Mértola.

Ao longo observa-se um vasto pinhal, essencialmente, formado por pinheiro-manso, plantado há 50 anos. Numa curva mais apertada do percurso encontram-se algumas espécies de orquídeas como é o caso do serapiãode-língua-pequena, o testículo-de-cão, a neotínea-malhada e a flor-abelha.


Mais à frente, a antiga casa do guarda-florestal conhecida nas redondezas pela “Casa do Alcario” e junto ao rio é possível ver o açude natural do Vau da Pedra onde se encontram as ruínas de dois antigos moinhos de água. A paisagem de pinhal vai dando lugar a vegetação mais rasteira e a uma soberba vista da Vila de Mértola e do Convento de S. Francisco.

O vale do rio alarga-se e a vegetação ribeirinha, constituída por choupos, salgueiros e freixos, passa a dominar a paisagem. Esta é uma boa área para observar abelharucos, andorinhas-das-rochas, cegonha-branca, garça-real e pega-azul. Aqui, estamos em pleno território de um casal de águia de Bonelli.

Na proximidade da Herdade da Bombeira é possível ver as ruínas do antigo posto do guarda-fiscal, testemunhando o passado de contrabando nesta zona e, do lado direito, três oliveiras centenárias. Mais à frente, o portão da Herdade da Bombeira que produz, desde 2002, um vinho de qualidade excepcional.

O caminho prossegue até à foz da Ribeira de Carreiras onde termina o percurso. O regresso é feito pelo mesmo trajeto. Na vila de Mértola, não deixe de fazer o circuito dos núcleos museológicos. Neste trajeto urbano é possível a observação de várias aves como o peneireiro-das-torres, a gralha-de-nuca-cinzenta e o melro-azul.

Acesso: nos arredores de Mértola. Seguir pela N122 em direção a Vila Real. A cerca de 1,5 km encontra a Horta dos Dois Irmãos, onde tem de virar à esquerda e continuar o percurso em terra batida.
Ponto de partida e de chegada: Mértola – Herdade da Bombeira – Mértola.
Extensão: 10 km (ida e volta).
Duração: 2h30 min (ida e volta).
Dificuldade: fácil – declive suave.
Apoios: Parque Natural do Vale do Guadiana – restauração e hotelaria em Mértola.

PR 2 – Os Canais do Guadiana

O percurso inicia-se na aldeia de Corte Pequena, um pequeno povoado com origens medievais, onde a tranquilidade e a beleza se aliam à simpatia dos mais velhos. Segue, depois, por uma estrada de terra batida que dá acesso ao rio.

Aqui, a paisagem varia entre zonas de matos e algumas áreas de cultivo de trigo ou cevada. A vedação que acompanha o percurso limita a Herdade da Brava que alberga várias espécies cinegéticas e alguns animais oriundos de terras bem longínquas.

À medida que o rio se aproxima, nota-se a alteração da diversidade da fauna: surgem tufos de estevas, e arbustos como o sargaço, o rosmaninho, o alecrim, a roselha, o zimbro, a cebola-albarrã, a erva-ursa e o gaimão.

A área é de particular interesse para a observação de aves, mas nem sempre será fácil a distinção das várias toutinegras que aqui ocorrem. Nas encostas declivosas das margens do vale nota-se a presença de azinheira, zambujeiro, aroeira e junto ao rio o tamujo.

Numa das curvas, já na fase final do percurso, é possível ver a torre do que parece ter sido um medidor do nível da água, usado por antigos contrabandistas para vigiar o caudal do rio. Deste ponto é ainda possível ver emergir do leito do rio um impressionante afloramento rochoso, localmente conhecido por Rocha da Galé.

Mais abaixo, nos últimos metros do trajeto, surge uma inesperada “praia” de cascalho branco e na outra margem do rio a ruína do Moinho dos Canais, testemunho da história recente deste lugar. O regresso faz-se pelo mesmo caminho.

Ponto de partida e de chegada: Corte Pequena – Moinho dos Canais – Corte Pequena.
Extensão: 3,5 km (ida e volta).
Duração: 1h10min (ida e volta).
Dificuldade: moderada.
Apoios: Parque Natural do Vale do Guadiana – restauração na povoação dos Corvos.

PR3 – as Margens do Guadiana

Deixando para trás a povoação de Corte Gafo de Baixo, deve seguir-se pelo caminho de terra batida até aos portões de uma zona de caça turística. Ao entrar tenha o cuidado de fechar o portão e seguir sempre pelos trilhos indicados.

A cerca de 1 km encontra-se a 1.ª bifurcação e o percurso segue pela direita. Na paisagem predomina o montado de azinho e na primavera o solo cobre-se de inúmeras flores campestres, dando-lhe um colorido único.

Mais à frente, próximo de uma vedação surge a indicação de uma nova zona de caça e a partir daqui o caminho desvia-se para a esquerda. Nesta zona é possível a observação de gamos, espécie cinegética aqui introduzida. A vegetação começa ficar mais rasteira e densa, com predomínio para as estevas, a aroeira, a murta e o tojo. De tempos a tempos intercetam-se outros caminhos, mas o percurso prossegue sempre pela esquerda.

Na aproximação ao rio, do alto da margem, é percetível o mosaico da paisagem que combina vales cobertos de matagal e vegetação ribeirinha, numa perfeita combinação com zonas rochosas. Aqui, é possível a observação de belos exemplares de zimbro mesmo junto ao caminho ou numa faixa ao longo do vale.

A vegetação ripícola associada aos cursos de água favorece o aparecimento de espécies de aves próprias destes habitats. Além disso, o coberto vegetal presente nas margens reduz a entrada na água dos sedimentos transportados pela escorrência das chuvas ao longo das encostas, impedindo a destruição dos locais utilizados para as posturas de muitos peixes.

Os afloramentos rochosos sob a forma de escarpas, com as suas numerosas cavidades e saliências servem de refúgio para a nidificação de várias aves, como a águia-real, o bufo-real ou a cegonha-preta. As encostas densamente cobertas por matagais têm um importante papel na manutenção dos solos ao diminuir os riscos de erosão.

O percurso termina junto ao painel interpretativo do Parque Natural que evidencia mais uma vez a riqueza e biodiversidade do vale do Rio e a necessidade da sua conservação. O regresso faz-se pelo mesmo caminho.

Ponto de partida e de chegada: Corte Gafo de Baixo – Carvoreio – Corte Gafo de Baixo.
Extensão: 10 km (ida e volta).
Duração (ida e volta): 3h 30min.
Dificuldade: moderada, exceto nas zonas de proximidade do rio onde o declive é mais acentuado.
Apoios: Parque Natural do Vale do Guadiana – restauração e alojamento em Mértola.

PR4 – à Volta do Montado

No início do percurso os campos abertos dedicados à produção de cereal vão dando lugar ao montado de azinho. Este é o habitat de várias espécies de aves que aqui procuram alimento.
Perdizes, trepadeiras-comuns, alvéolas, rolasbravas, chapins, pica-paus, o mocho-galego, o estorninho-preto e as poupas, são aves comuns nesta zona. Também é frequente a ocorrência de rapinas como a águia-cobreira ou a águia-de-asaredonda.

Com o decurso do percurso o estrato arbustivo torna-se mais proeminente e variado, aparecendo o tojo, as várias espécies de estevas e, em zonas mais rochosas, o trovisco. O caminho chega a uma bifurcação, pela esquerda o trilho acompanha a albufeira da Tapada Grande enquanto pelo da direita voltamos ao monte do Guizo.

Na proximidade da Tapada Grande começam a surgir os primeiros eucaliptos. Neste plano de água é possível a observação de aves aquáticas como o galeirão, a galinha-d’água, o mergulhão-pequeno, o pato-real ou as frisadas.

Nas margens saltitam alvéolas-brancas e borrelhos-pequenosde-coleira. Apesar de a observação ser muito difícil a zona é rica em mamíferos como a lontra, os toirões, as doninhas, os ratos-dos-pomares e, até mesmo, veados. Após uma pausa merecida junto às águas da Tapada é tempo de regresso até à bifurcação a montante da Tapada.

O percurso continua e, depressa, a paisagem começa de novo a ser dominada por espécies nativas. A presença de loendros assinala a proximidade de linhas de água de fácil transposição e, em locais mais pedregosos e secos, aparecem arbustos de arruda, cujo intenso odor desagradável afasta insetos, roedores e répteis.

O percurso aproxima-se do fim, agora de paisagem mais aberta, com poucas árvores, mas mesmo assim com vasta riqueza biológica, dando abrigo a várias espécies ameaçadas a nível europeu, como é o caso do sisão, abetarda e do tartaranhão-caçador.

Ponto de partida / chegada: Monte do Guizo – Vale Travesso – Tapada Grande – Monte do Guizo.
Extensão: 17 km.
Duração: cerca de 5h.
Dificuldade: fácil.
Apoios: Parque Natural do Vale do Guadiana – alojamento na casa do Guizo, no Monte do Guizo, na pensão S. Domingos, em S. Domingos; e restauração no café-restaurante “S. Domingos”. Alojamento na Pousada.

PR5 – ao Ritmo das Águas do Vascão

O percurso inicia-se junto ao Fontanário da pequena aldeia da Mesquita. Aqui a não perder a visita à igreja de Nossa Senhora das Neves. No início do percurso a paisagem é dominada por uma vasta área de vegetação rasteira, designada por “matos”, fruto da intensa utilização agrícola de outros tempos e do progressivo abandono dos campos.

Aqui e ali, surgem algumas oliveiras dispersas. Os muros de pedra revelam a influência da proximidade das serras Algarvias e são os únicos indícios que recordam os tempos férteis destes terrenos.
Mais adiante a vegetação adensa e observam-se vastas zonas de mato, onde a esteva e o rosmaninho sobressaem.

Na primavera, em época da floração, o olhar de quem aqui passa delicia-se com a visão das encostas verdes cobertas por um manto de flores brancas que libertam um agradável aroma e atraem uma série de seres alados.
No caminho encontram-se várias bifurcações, tomando-se sempre o caminho da direita.

A fauna que aqui ocorre é pouco diversificada mas típica destas zonas. Nas aves o grupo dos passeriformes é dominante, sendo possível a observação de toutinegra-dos-valados, toutinegra-do-mato, cartaxo-comum, estorninho-malhado e rouxinoldo-mato.

Nos mamíferos, destaque para o coelho, a lebre e o javali. O caminho estreitou e à medida que se avança, torna-se evidente o aumento da diversidade florística. Surgem com frequência a aroeira e o tojo. Na descida para o Vascão o percurso torna-se mais pedregoso e a vegetação completa-se com os loendros anunciando a presença próxima da ribeira.

Perto de uma zona de pomar de oliveiras, figueiras e amendoeiras é possível observar as ruínas de dois moinhos (Moinho Novo e o Moinho de Melão). Aqui é frequente a observação de tordo-comum. No final do percurso, já na margem da ribeira, dá-se lugar à tranquilidade e ao desfrute de uma paisagem que faz esquecer as horas. Aqui é possível a observação de texugo e lontra.

Para finalizar aceite o convite para tomar um banho nestas águas límpidas e refrescantes. Reflexo da pureza das águas existem diversas espécies de libélulas e libelinhas que por aqui patrulham os ares.

Ponto de partida e de chegada: fontanário em Mesquita – ribeira do Vascão – Mesquita.
Extensão: 4,5 km (ida e volta).
Duração: 1h 20min.
Dificuldade: fácil.
Apoios: alojamento – Parque Natural do Vale do Guadiana – Casas Lampreia, na Mesquita.

PR6 – Entre a Estepe e o Montado

O percurso inicia-se na pequena aldeia do Azinhal integrada numa área alternada de montado com uma área de extensa planície. A terra empobrecida apresenta uma cor “pálida”, fazendo jus à designação de “Campo Branco” que vulgarmente se atribui a estes territórios.

Pelas suas caraterísticas a área alberga uma das mais importantes comunidades europeias de aves estepárias, sendo comum a observação da abetarda, do cortiçol-de-barriga-preta, do sisão, entre outras. Nas proximidades da aldeia do Azinhal encontra-se uma área concentrada de montado de azinho, rica sob ponto de vista dos valores naturais.

Esta é uma zona de alimentação para o grou e o habitat perfeito para muitas espécies cinegéticas como o coelho, a lebre, a perdiz e o javali. O montado prolonga-se até ao local das Minas da Balança que testemunha a antiga exploração mineira.

O Monte da Balança, assim chamado por estar associado à antiga pesagem do minério, é um bom local para observar mais uma vez aves estepárias. O percurso contínua por um caminho agrícola até à aldeia da Corte Pequena.

Nos limites da aldeia, em períodos de chuva intensa o leito de uma pequena linha de água ganha corpo dificultando por vezes a passagem. O percurso prossegue depois até ao Monte do Peso e Monte do Barbeiro, para terminar na aldeia do Azinhal.

Na proximidade do percurso, aconselha-se uma subida ao Santuário da nossa Sr.ª de Aracelis e já na EN 123 no regresso a Mértola uma subida à Serra de Alcaria Ruiva, o ponto mais elevado do concelho com uma vista panorâmica e ponto ideal para a observação de aves de rapina como o abutre-preto, o grifo, a águia-imperial-ibérica ou a águia-real.

Acesso: a partir de Mértola na direção de Beja pela N265, virar para dentro da povoação do Azinhal (à esquerda). O percurso está sinalizado a partir da EN.
Ponto de partida e de chegada: Azinhal – Minas da Balança – Monte da Balança – Corte Pequena – Monte do Peso -Barbeiro – Azinhal.
Extensão: 11 km.
Duração: 2h30mim.
Dificuldade: fácil – declive suave.
Apoios: Parque Natural do Vale do Guadiana – café em Corte Pequena e no Azinhal; restauração e hotelaria em Mértola.

PR7 – Subida à Sra. do Amparo

Não sendo uma elevação imponente (264 metros) a serra da Sr.ª do Amparo é um elemento singular na paisagem em claro contraste com as zonas de planície ondulante que a rodeiam. A inclinação do terreno recomenda uma marcha lenta e convida ao desfrute da paisagem.


No caminho é possível verificar que as estevas cobrem o solo desta elevação, a par de outros arbustos como o sargaço, o rosmaninho e, pontualmente, a pereira-brava. Na subida terá certamente a companhia de pequenas aves que se alimentam dos insetos que abundam junto da vegetação.

Aqui é o domínio das toutinegras mesmo para aquelas que apenas por aqui passam na sua rota de migração para Sul. No topo, à espera encontra-se a capela da Sr.ª do Amparo, antiga Ermida de S. Brissos. Este ponto é um miradouro privilegiado para contemplação e interpretação da paisagem.

Os povoados concentram-se em aglomerados de pequena dimensão e a área envolvente corresponde, na sua generalidade, a zonas agrícolas, especialmente monoculturas de aveia e trigo. Com o abandono de parte das explorações, muitos destes terrenos estão a ser ocupados por matos e por áreas florestadas, colocando em risco a sobrevivência das espécies que deles dependem.

Na vertente norte é possível ver dois afloramentos rochosos: Guizo Pequeno e Guizo Grande. Na base da serra encontra-se uma pequena albufeira, particularmente interessante para a observação de aves aquáticas.
Este pequeno ponto alto é também referência para a observação de várias espécies de borboletas, durante a primavera e o verão.

Ponto de partida e chegada: base da serra da Sra. do Amparo – ermida da Sra. do Amparo – regresso ao local de partida.
Extensão: 3 km (ida e volta).
Duração: 50 min.
Dificuldade: moderada.
Apoios: Parque Natural do Vale do Guadiana – alojamento no Monte do Guizo e em S. Domingos. Restauração em Corvos, Moreanes e S. Domingos.

PR8 – Moinho do Alferes: um Percurso Ribeirinho

Acesso: a partir de Mértola seguir pela EN122 em direção ao Algarve, passar a povoação do Álamo e virar à direita para Via Glória. Passar a localidade de Moinhos de Vento e seguir até São Bartolomeu de Via Glória. No entroncamento, à entrada para Via Glória, tomar o sentido de Giões e, depois de alguns quilómetros, já na ponte sobre a ribeira do Vascão, existem dois desvios à esquerda, por onde se pode aceder e estacionar.

Breve descrição: testemunho de tempos já remotos, o velho moinho do Alferes é o ponto de chegada para um percurso ao longo de um dos mais importantes afluentes do rio Guadiana, nomeadamente, a ribeira do Vascão, cuja notoriedade advém dos elevados valores naturais que encerra. Este é um percurso surpreendente pela beleza, calmaria e frescura da paisagem que o envolve.

Ponto de partida e de chegada: moinho das Relíquias – moinho do Alferes – moinho das Relíquias.
Extensão: 3 km (circular).
Duração: 1h.
Dificuldade: fácil.
Apoios: Parque Natural do Vale do Guadiana – café em Corte Pequena e no Azinhal; restauração e hotelaria em Mértola.

PR9 – Entre o Escalda e o Pulo do Lobo

O início deste percurso circular é marcado pelo encontro com um marco da história milenar deste território: a Antas das Pias. De volta ao trilho, o caminho revela-nos o rio ao fundo. Virando à direita seguimos em direção à ruína da antiga casa do moleiro do “Moinho do Escalda”, também, conhecido por estas bandas pelo “Pulo da Zorra”.

À esquerda deixamos a estrada que conduz à foz da ribeira de Terges e Cobres. A caminho do Pulo do Lobo, o percurso torna-se difícil e, por entre a vegetação densa de estevas, sargaços e trovisco, surge, no entremeio das escarpas rochosas, o moinho escondido e esquecido, testemunho de tempos em que o rio tinha outra “serventia”.

O caminho segue agora junto ao rio, à direita desenvolve-se uma vegetação luxuriante, são os remanescentes do bosque de azinheira Quercus rotundifolia, com a trepadeira salsaparrilha, o folhado, o espinheiro-preto, a aromática e a gilbardeira, também conhecida como erva-dos-vasculhos e com a qual se faziam vassouras.

À medida que o Pulo do Lobo se aproxima o terreno torna-se mais acidentado e o desafio da caminhada fica maior. À chegada, a tranquilidade e magnitude daquele lugar único, são um convite claro ao silêncio e à contemplação. A força do rio durante as últimas cheias tem arrancado pedaços de rocha no acesso à cascata por isso todo o cuidado é pouco.

Depois de um descanso merecido resta retomar o percurso, agora pelo caminho de terra batida de volta à estrada pavimentada. A meio da subida, à esquerda, encontra-se um bosque de freixos, zona agradável para descansar e para observar mais um pouco da fauna local.

Ponto de partida e chegada: estrada do Pulo do Lobo (5 km da aldeia de Amendoeira da Serra) – Anta das Pias – moinho do Escalda – Pulo do Lobo.
Extensão: 5,5 km.
Duração: 3h.
Dificuldade: alta (declive elevado).

Apoios: Parque Natural do Vale do Guadiana

Parque Natural do Vale do Guadiana Mina de S. Domingos

PR – Rota do Minério

O percurso inicia-se em São Domingos, aldeia que cresceu no advento da industrialização, impulsionada pelos trabalhos mineiros renascidos no fim do século XIX. De caráter rural, esta aldeia transformou-se num polo de extração de minério, onde tudo foi construído de raiz para suportar esta atividade. A mobilização de inúmeros operários implicou a construção de habitações nas proximidades deste local, muitas das quais ainda persistem.

A contrastar com a simplicidade dessas casas, existe a zona das moradias dos administradores e do antigo palácio dos Ingleses, utilizado por um dos diretores da empresa. O seu acesso estava impedido aos operários, à exceção dos domingos, em que podiam assistir à atuação da banda musical que tocava no coreto.

O antigo cemitério dos Ingleses destinava-se a sepultar a população inglesa que ali habitava. Os sepultamentos eram feitos com terra que vinha diretamente de Inglaterra para que, segundo a crença, os corpos pudessem ser enterrados em solo inglês.

Esta zona está inserida na chamada Faixa Piritosa Ibérica, que se estende ao longo de 250 km, desde Grândola até Sevilha, e contém grandes concentrações de metais como o ferro, o cobre e o enxofre. A pirite é uma rocha formada por ferro e enxofre, à qual podem estar associados outros metais, como o cobre, chumbo, zinco, ouro, prata e também arsénio.

Esta riqueza de metais levou à instalação de vários complexos mineiros nesta faixa piritosa, sendo a mina de São Domingos um desses casos. O interesse por este local remonta à Época Antiga, tendo os romanos explorado esta mina durante aproximadamente 4 séculos. Enganados pelo brilho amarelo da pirite, procuravam basicamente ouro e prata, mas a presença destes metais nobres era muito diminuta, tendo a pirite ficado conhecida como o “ouro dos tolos”.

No século XIX, mais precisamente em 1853/1854, foram redescobertos os filões de cobre, passando a concessão, feita à sociedade espanhola “La Sabina”, para as mãos da empresa britânica Mason and Barry.

Então, a partir de 1857/1858, as minas ganharam nova vida e São Domingos tornou-se no maior e mais importante complexo industrial mineiro do seu tempo, em Portugal. A “reanimação” desta exploração transformou esta pacata e recôndita povoação alentejana num importante polo industrial, que chegou a empregar mais de 2 000 mineiros.

Acesso: mina de São Domingos, situada na margem direita do Guadiana e distante 17 km de Mértola.
Tipo de Percurso: Pequena Rota
Tipologia: Circular
Ponto de Partida/Chegada: Apoios: Parque Natural do Vale do Guadiana – Mina de S. Domingos / Corta da Mina
Coordenadas GPS: N37 40 10.9 W7 29 43.9
Extensão: 14 km
Duração: 3h
Época aconselhada: Primavera, Outono e Inverno
Grau de dificuldade: Fácil

Pode consultar aqui toda a informação sobre os outros parques naturais de Portugal.

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