O Parque Natural do Litoral Norte é constituído por uma área de 8887 hectares sendo 7653 de área marítima. Estende-se ao longo de 16 km da costa do concelho de Esposende, desde o estuário do Neiva até a zona da Apúlia onde os moinhos de vento, um dos seus símbolos, são uma evidente referência visual.
O Parque Natural do Litoral Norte é constituído por praias de mar e de rio, caso do rio Neiva e do rio Cávado, às quais se associam recifes, dunas primárias e secundárias, o cabedelo do rio Cávado, lagunas costeiras, zonas de pinhal, algumas manchas de carvalhal e ainda campos agrícolas.
Esta costa com uma antiquíssima ocupação humana é um dos locais tradicionais da apanha de sargaço, terra de pesca artesanal e de festas e romarias.
O património constituído do Parque e a sua envolvente testemunha uma presença desde a pré-história representada em antas, castros ou no Forte de Esposende.
No Parque Natural do Litoral Norte pode-se observar regularmente 115 espécies de aves. O Parque junta o mar e o rio e é possível descobri-lo com várias atividades como a canoagem, o surf ou passeios de barco.
Em terra de pescadores a gastronomia sabe a mar. Existem várias manjares em roteiros gastronómicos para se deliciarem com a sardinha, a lampreia, ou polvo acompanhados posteriormente por uma Clarinha de Fão, especialidade da doçaria local.
Esta área protegida do Parque Natural do Litoral Norte foi criada no sentido de conservar os seus valores naturais, físicos, estéticos, paisagísticos e culturais, com especial relevo para a preservação do sistema dunar.
Percursos Pedestres no Parque Natural do Litoral Norte
1 -Percurso entre o Neiva e o Atlântico
Breve descrição: através do percurso realça-se o encontro da frente litoral atlântica com a frente ribeirinha do rio Neiva, cuja foz tem proporções invulgarmente reduzidas.
Ao longo da frente litoral atlântica as praias de seixos brancos rolados, que se justapõem a afloramentos de xisto mosqueado, protegem um cordão extremamente antigo, que separa o mar da planície agrícola, pontuada por matas de pinheiros-mansos e pinheiros-bravos Pinus pinaster e caniçal.
Na frente ribeirinha do Neiva persistem as marcas das antigas culturas humanas, através de engenhos de moer, serrar e pisar o linho Linum spp., e pode-se observar diversas espécies animais, desde espécies piscícolas (i.e. de peixes) como a truta e a boga, até mamíferos como a lontra, para além da avifauna estuarina.
Tendo como ponto de partida o parque de estacionamento, siga para norte até ao Caminho dos Cactos, que se encontra em frente às moradias de veraneio. Percorrendo este trilho, ao longo da margem esquerda do rio Neiva, ao fim de cerca de 100 m deslumbre-se com a paisagem estuarina deste rio, local onde muitas aves migradoras encontram refúgio.
Destaque para a presença da garça-real ou cinzenta, pato-real, gaivota-de-patas-amarelas e guarda-rios
Acesso: A28 – N13 – Rua Foz do Neiva
Ponto de partida e de chegada: parque de estacionamento junto à foz do rio Neiva, em Guilheta, Antas.
Extensão: 9,5 km.
Duração: 3 h.
Dificuldade: fácil.
Apoios: Parque Natural do Litoral Norte – o percurso ainda não possui sinalização.
2 -Percurso entre o Cávado e o Atlântico
Breve descrição: este percurso de Pequena Rota circular, que se desenvolve a sul do rio Cávado, pode ser subdividido em duas partes, de acordo com os objetivos, podendo ser um pequeno passeio turístico, didático ou uma caminhada para conhecer os diferentes biótopos do Parque Natural do Litoral Norte.
O percurso inicia-se junto ao Clube Náutico de Fão. Saia em direção a Norte, seguindo um trilho em terra batida e depois através de passadiço que segue paralelo ao estuário do rio Cávado.
Através do percurso no interessa observar as duas faces da restinga de Ofir, uma delas voltada para o estuário do rio Cávado, onde existe vegetação como o junco Juncus spp e a arméria Armeria spp, para além de uma rica avifauna, da qual se destaca a pega-rabuda Pica pica, o corvo-marinho, gaivotas e o pato-real Anas platyrhynchos.
A outra, voltada para os lendários cavalos de Fão, no oceano atlântico, que se espraia nas finas areias das praias e dunas de Ofir salpicadas por um mosaico de vegetação selvagem.
Estas duas faces distintas da restinga são separadas por uma mata de pinheiro-manso Pinus pinea e pinheiro-bravo Pinus pinaster que se estende para o extremo sul do percurso.
Aqui, a vegetação predominante é o junco Juncus acutus, podendo, na primavera, observar-se o aparecimento da Armeria marítima.
Acesso: Parque Natural do Litoral Norte – A28 – N13.
Ponto de partida e de chegada: Clube Náutico de Fão.
Extensão: 5,5 km.
Duração: 2h.
Dificuldade: fácil.
3 -Percurso das Masseiras
Através do percurso importa conhecer as duas formas de cultura sob a influência do vento com extraordinário impacto paisagístico que caracteriza a zona de Apúlia.
Junto à costa, os moinhos de vento que, sobre o cordão dunar, dominam a costa de mar rico em sargaço, que dele é retirado entre julho e setembro para depois servir de fertilizante agrícola, e de ouriços-do-mar, robalos e labirintos de algas marinhas.
No interior, o variado conjunto de campos de masseiras que alterna com as matas, entre as quais se podem identificar habitats autóctones de carvalho-roble Quercus robur, sobreiro Quercus suber, amieiro Alnus glutinosa, salgueiro Salix spp., loureiro Laurus nobilis e pilriteiro Crataegus monogyna.
A sul, uma variante do percurso leva à lagoa de Apúlia, cuja comunidade vegetal é constituída por caniços, canas e tabúas, para além da floresta aluvial de salgueiros que lhe está associada e da diversa avifauna que aí repousa, se alimenta e reproduz.
Ponto de partida e de chegada: moinhos de Apúlia.
Extensão: 6,9 km.
Duração: 2h: 30min.
Dificuldade: fácil.
Pode consultar aqui toda a informação sobre os outros Parques Naturais de Portugal.
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