O Parque Natural da Serra de São Mamede fica situado na Serra de S. Mamede na região da fronteira do Nordeste Alentejano no concelho de Portalegre. Abrange uma área total de 56 000 hectares.
O Parque Natural da Serra de São Mamede é o mais importante dos relevos alentejanos, apresentando uma grande diversidade geológica e geomorfológica associada a presença de granitos, calcários, xistos e quartzitos.
O coberto vegetal do Parque Natural da Serra de São Mamede é marcado sobretudo por carvalhais, soutos, sobreiros e azinhais a par de matagais de giestas, esteva e carqueja.
A diversidade dos ‘habitats’ proporciona uma grande rustiqueza de fauna. O Parque Natural da Serra de São Mamede abrange um área de grande importância a nível ornitológico, nomeadamente a nível de passeriformes florestais e também no que diz respeito à elevada diversidade de espécies de morcegos.
Ainda de assinalar a presença de numerosos anfíbios e repteis, sendo esta zona do país com maior número de espécies deste grupo de animais. A forte presença humana que remonta à pré -historia, revela-se no mosaico da paisagem agrícola e no riquíssimo património construido, desde os monumentos megalíticos às ruínas romanas de Ammaia.
Outro exemplo é também a arquitetura militar como os castelos de Marvão, o castelo de Vide e Alegrete. Um dos locais de visita obrigatória no Parque Natural da Serra de São Mamede é o menir da Meada e as pinturas rupestres da Lapa dos Gaviões.
Especialidades gastronómicas em especial destaque a castanha de Marvão, a cereja de S. Julião, as boleimas de Maça ou o tradicional sarapatel.
O Pico de S. Mamede com 1027 metros é o ponto mais elevado da Serra fica situado em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede. No ponto mais alto do pico tem uma estrutura de vigia contra incêndios e várias antenas de telecomunicações.
Nos percursos pedestres assinalados em baixo pode.se contemplar as águias nas encostas do Castelo de Marvão.
Parque Natural da Serra de São Mamede – Percursos Pedestres
1-Percurso Pedestre de Carreiras
Breve descrição: É um percurso com acentuado declive, no flanco sudoeste do Maciço de São Mamede. Parte do percurso faz-se ao longo de uma interessantíssima Calçada Medieval.
A vegetação arbórea é expressiva: sobreiros Quercus suber; outros carvalhos Quercus spp.; alguns castanheiros Castanea sativa; também o pinheiro-bravo Pinus pinaster e a oliveira Olea europaea surgem com frequência.
De entre o estrato arbustivo pode ver-se o tojo-gadanho Genista falcata, a giesta-branca Cytisus multiflorus, a esteva Cistus ladanifer, a urze Erica spp., o rosmaninho Lavandula stoechas e a carqueja Pterospartum tridentatum ssp. tridentatum.
Pontos de interesse: Carreiras – vila situada a 600 m de altitude, cujo nome deriva de “carreira”, nome certamente relacionado com a rede de caminhos medievais, ou mesmo da Época Romana.
Fonte dos Carvoeiros – alt. 670 m – magnífica vista panorâmica; à esquerda, na direção sudeste, avista-se o Pico de São Mamede (1025 m de altitude), o ponto mais elevado a sul do Tejo.
Fonte do Mergulho – alt. 545 m – com bebedouro para animais.
Eira – alt. 545 m – lajeada a granito, servia para seca, debulha e limpeza de cereais.
Desvio para o Monte Marujo – alt. 495 m – pode-se admirar uma belíssima paisagem (rocha granítica, oliveiras, sobreiros e carvalhos).
Termo da Calçada – alt. 580 m – local designado por Alminhas.
Ponto de partida e de chegada: Parque Natural da Serra de São Mamede – no Largo da Vila de Carreiras.
Extensão: 9,3 km.
Duração: 4h.
Dificuldade: média.
2-Percurso Pedestre de Esperança
Percurso pedestre circular com ênfase na paisagem, flora, fauna e arqueologia. Do ponto de vista geomorfológico esta região estabelece a transição entre o maciço de S. Mamede e a planície alentejana. O montado de sobro Quercus suber, assume particular relevância na região. De entre a vegetação arbustiva domina, sem dúvida, a esteva Cistus ladanifer.
Pontos de interesse: Esperança – aldeia com características tipicamente alentejanas. Com habitações de um só piso, caiadas com cal branca com barras de ocre, dão à fachada cor e beleza.
Marco – localidade fronteiriça, junto à ribeira de Abrilongo.
Pinturas rupestres da lapa dos Gaivões – pinturas monocromáticas, de tons vermelhos. A idade destas pinturas deve rondar os 2 500 – 3 000 anos a.C..
Ponto de partida e de chegada: Parque Natural da Serra de São Mamede – igreja da aldeia da Esperança.
Extensão: 16,1 km.
Duração: 5h.
Dificuldade: média.
Apoios: sinalização e folheto.
3-Percurso Pedestre Galegos
Este percurso desenvolve-se uma região ondulada granítica, que revela paisagens agrestes. O “mar” de granito enche o horizonte com blocos, penhascos, fendas e muros.
Pontos de interesse: Marmitas de Gigante – no leito granítico da ribeira de Galegos são visíveis as Marmitas de Gigante. Estas são depressões (i.e. “covas”), de dimensões variáveis, mais ou menos arredondadas, que existem no leito rochoso da ribeira de Galegos (e de outros cursos de água). Parecem ter origem em turbilhões que, ao arrastarem seixos, vão provocando a erosão de algumas zonas do leito dos cursos de água.
Calçada seiscentista – esta é lageada com blocos graníticos. Neste troço do percurso é possível encontrar a erva-pinheira-orvalhada Drosophyllum lusitanicum, interessantíssima planta insetívora. As plantas insetívoras habitam, geralmente, em solos pouco férteis, pelo que a capacidade de capturarem pequenos insetos permite-lhes obter alguns nutrientes.
Castro da Crença – este povoado pensa-se ter sido ocupado durante a Segunda Idade do Ferro. O percurso segue, em direção à ribeira de Galegos, que atravessa o rio Sever.
Rio Sever – local muito aprazível com a típica vegetação marginal de freixos Fraxinus spp e choupos Populus spp.
Granito – na Ramila é possível observar, em corte efetuado na rocha granítica, enormes cristais brancos de feldspato (um dos minerais que entra na composição do granito).
Ponto de partida e de chegada: aldeia de Galegos, no Largo da Ponte.
Extensão: 11,48 km.
Duração: 4h.
Dificuldade: média.
Apoios: Parque Natural da Serra de São Mamede – sinalização e desdobrável interpretativo.
4-Percurso Pedestre de Marvão
Breve descrição: Neste percurso, podemos encontrar escarpas e penhascos, vales e ravinas, carvalhos Quercus spp e castanheiros Castanea sativa, contrariando a típica paisagem alentejana, de montado e planura. Nas curvas apertadas de medievais calçadas ressoam sinos de igrejas e o chilrear alegre da passarada.
No alto Marvão, espreita em baixo, a ponte quinhentista, os choupos Populus spp ao longo do rio Sever, e a Torre da Portagem que já não cobra impostos.
Pontos de interesse: Largo das Almas – ponte quinhentista. A cerca de 20 m existe uma torre do século XIV. Observam-se magníficos choupos Populus spp marginando o rio Sever. Senhora da Estrela – Abegoa – magnífica vista sobre o notável relevo granítíco, com enormes blocos (caos de blocos).
Abegoa – Fonte Souto – paisagem onde predomina o carvalho, surgindo o sobreiro (que também é uma espécie de carvalho) nas zonas mais secas. Fonte Souto – Portagem – são bem visíveis os caos de blocos, de onde emerge, por entre as fendas da rocha granítica, o sobreiro Quercus suber.
Acesso: Estrada Nacional 359 – Portalegre – Portagem ou Estrada Nacional 246-1 – Castelo de vide – Portagem ou IC 13 – Fronteira dos Galegos – Portagem.
Ponto de partida e de chegada: largo das Almas, na localidade Portagem.
Extensão: 7,38 km.
Duração: 4h.
Dificuldade: média.
5-Percurso Pedestre do Reguengo
Breve descrição: É um percurso acidentado com cumes, cristas e escarpas sobre a peneplanicie. A diversidade é aspeto marcante, quer do ponto de vista geológico, quer florístico, encontram-se granitos que rondam os 500 milhões de anos, cristas quartzíticas do Ordovícico, xistos e quartzitos do Silúrico, xistos argilosos e quartzíticos do Devónico.
Neste percurso são abundantes os passeriformes. Quanto aos mamíferos salienta-se o javali Sus scrofa e a gineta Genetta genetta. No que diz respeito aos anfíbios e répteis as espécies mais marcantes são a rã-ibérica Rana iberica, o sapo-parteiro, o lagarto-de-água e a cobra-de-pernas.
Pontos de interesse : Igreja Paroquial do Reguengo – construção do séc. XVIII do tipo rural do Alto Alentejo, zona de floresta onde se misturam sobreiros Quercus suber, outros carvalhos Quercus spp. e pinheiro-bravo Pinus pinaster. Souto – este tipo de castanheiro (para produção de fruto) e o castinçal (para exploração florestal) são comuns na serra, principalmente entre as altitudes de 450 a 600 m.
Escarpas quartzíticas da Feiteirinha – zona totalmente dasarborizada, com algumas formações arbustivas. Quinta da Lameira casa nobre do século XVIII, várias fontes e tanques em alvenaria, mármores e azulejos enquadram o edifício.
Ponto de partida e de chegada: igreja paroquial da vila do Reguengo.
Extensão: 10,25 km.
Duração: 4h.
Dificuldade: média.
Apoios: Parque Natural da Serra de São Mamede
6-Percurso Pedestre da Ribeira de Nisa
Breve descrição do percurso completo: É um percurso pedestre circular de Pequena Rota com início e fim em Monte Carvalho. Apresenta duas alternativas, podendo escolher entre um percurso de maior ou menor duração.
Com uma paisagem deslumbrante entre o vale de Ribeira de Nisa e o planalto do jogo da Bola, o percurso apresenta registos de história viva. São precisamente esses aspetos que se podem observar ao longo do percurso.
A começar pelas intervenções humanas mais notórias, associadas aos recursos naturais, agricultura (eiras) e apicultura (muros apiários), até às subtis, associadas às práticas agrícolas e florestais, todas elas contribuem e condicionam biótopos onde reina a diversidade.
A ribeira de Nisa, os soutos centenários e uma paisagem magnífica irão deslumbrá-lo(a). É um bom percurso para uma manhã com toda a família e amigos.
Ponto de partida e chegada: Parque Natural da Serra de São Mamede – freguesia de Ribeira de Nisa, Monte Carvalho.
Extensão: 11,32 km.
Duração: 4h: 30min.
Dificuldade: média.
7-Percurso Pedestre do Alegrete
Breve descrição. No Parque Natural da Serra São Mamede 1 dos mais humanizados do território nacional, tem-se uma paisagem fortemente influenciada pelas populações humanas.
Assim, ao longo do percurso, pode-se observar azenhas, eiras e muros apiários, por entre montados de sobro, pinhal, amieiros e freixos.
Pode também observar várias espécies de fauna, desde aves, como o chamativo verdilhão Carduelis chloris e a pequena, mas melodiosa, carriça Troglodytes troglodytes, a mamíferos como a raposa Vulpes vulpes e o texugo Meles meles, sem esquecer os répteis e anfíbios.
Ponto de partida e chegada: Parque Natural da Serra de São Mamede – Fonte Nova, em Alegrete.
Extensão: 10,68 km.
Duração: 3h: 30min.
Dificuldade: média
Cota mínima / máxima: 440 m /550 m.
Pode consultar aqui toda a informação sobre os outros Parques Naturais de Portugal.
Parque Natural Sintra Cascais, Parque Nacional Peneda Gerês, Parque Natural da Arrábida, Parque Natural Serras de Aire e Candeeiros, Parque Natural do Sudoeste Alentejano, Parque Natural da Serra São Mamede, Parque Natural da Ria Formosa, Parque Natural da Serra da Estrela, Parque Natural de Montesinho, Parque Natural do Litoral Norte, Parque Natural do Douro Internacional.