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Parque Nacional Peneda Gerês

O Parque Nacional Peneda Gerês foi criado pelo Decreto-Lei n.º 187/71 de 8 de maio. Localiza-se no alto noroeste de Portugal. Na sua área estão englobados os territórios dos concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Terras do Bouro e Montalegre.

O Parque Nacional Peneda Gerês abrange uma área de cerca de 70 000 hectares e forma um conjunto com o Parque Natural espanhol da Baixa Limia – Serra do Xurês, constituindo com este desde 1997, o Parque Transfronteiriço Gerês – Xurês e a reserva da Biosfera com o mesmo nome.

O território é retalhado elos rios Lima, Homem e Cávado que condicionaram a ocupação humana desta zona. Grande parte destas terras foram ocupadas em continuidade pelo menos desde o Neolítico.

Foi a primeira Área Protegida criada em Portugal, com autonomia administrativa, financeira e capacidade jurídica, sendo ainda a única em Portugal com o estatuto de Parque Nacional. Isto deve-se à sua enorme riqueza do seu património natural e cultural.

Dele fazem parte algumas das Serras de maior elevação de Portugal como Serra do Gerês, a Serra Amarela, a Serra da Peneda e a Serra do Barroso.

Esta é uma região de montanha com solos de granito e zonas de elevada altitude onde são visíveis os efeitos da última glaciação. A agua é pura e cristalina, está sempre presente em rios e cascatas, e conjugada com diferentes microclimas permite uma grande diversidade botânica onde se destacam formações como os carvalhais e espécies como o Azevinho ou o Lírio do Gerês.

A Fauna inclui espécies emblemáticas como os corços, os garranos, a salamandra – lusitânica, o lobo ibérico, a águia-real e a cabra-montês. Existem também algumas espécies como o cão de Castro Laboreiro, a Barrosã e a Cachena que são autóctones aqui no Parque.

O patrimonio florestal é composto pelo teixo, pelo vidoeiro, pelo carvalho, pelo azeireiro, pelo medroheiro e pelo pinheiro que por vezes atingem os 20 metros de altura.

A ocupação humana do Parque é marcada pelas tradições comunitárias de pastoreio de montanha, pelos característicos prados de lima e lameiros, os espigueiros, as necrópoles megalíticas e castelos medievais.

A Serra do Gerês única em paisagens deslumbrantes que fazem a delícia das centenas de desportistas que todos os anos percorrem os percursos pedestres desta maravilhosa terra de encantos. Dos picos rochosos e agrestes aos vales repletos de cascatas e carvalhais.

O Parque Nacional Peneda Gerês e a Serra do Gerês é isto mesmo, é para quem gosta dos altos da Serra, do ar puro e do sossego e daquela sensação de estar distante e muito acima do mundo.

Cantada e escrita por muitos é Miguel Torga quem a melhor a descreve em “Pátria “

“Serra!
e qualquer coisa dentro de mim se acalma… Qualquer coisa profunda e dolorida, traída, feita de terra e alma.”

“Há sítios do mundo que são como certas existências humanas: tudo se conjuga para que nada falte à sua grandeza e perfeição. Este Gerês é um deles”.

O Parque Nacional da Peneda-Gerês é considerado pela Unesco como Reserva Mundial da Biosfera.

Caminhadas no Parque Nacional Peneda Gerês.

Parque Nacional Peneda Gerês

1-Trilho da Águia do Sarilhão

O Trilho da Águia do Sarilhão, localizado na freguesia de Campo do Gerês, possui um património de fortes tradições culturais e etnográcas.

Este trilho pedestre de pequena rota (PR), de âmbito histórico e cultural, tem uma extensão de 9 km, com cerca de 3 horas de duração e apresenta um grau de dificuldade médio.

Estende-se por terrenos aplanados de um vale alargado, por onde passa o Ribeiro de Rodas, entre o Museu Etnográfico e a margem esquerda da albufeira de Vilarinho das Furnas, sendo esta a sua extremidade norte.

Percorre os aglomerados rurais deste antigo povoado e descortina, por entre os arruados estreitos, os espigueiros e habitações com as suas cruzes cimeiras e varandas com madeiramentos costumeiros abertas ao logradouro.

Do legado patrimonial ralça-se, com distinção, a Via Nova XVIII (Geira), com passagem pelas milhas XXVII, XXVIII e XXIX e pelo núcleo de padrões romanos.

Nas proximidades da milha XXIX avultam vestígios indeléveis da trincheira do Campo que, na Idade Média, serviu de defesa da raia portu – guesa nas invasões hostis.

Inserido numa importante área do Parque Nacional da Peneda Gerês, este trilho aproxima-se de outros locais de interesse, como a fraga do Sarilhão, a Mata Nacional de Albergaria e a extinta aldeia comunitária de Vilarinho das Furnas.

Localização: Parque Nacional Peneda Gerês – freguesia de Campo do Gerês, concelho de Terras de Bouro.
Ponto de partida e chegada: Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna / Porta do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) em Campo do Gerês. 
Extensão: 9 km
Duração: cerca de 3 h.
Dificuldade: média

2-Trilho da Preguiça

O trilho da Preguiça é um percurso pedestre que pretende proporcionar ao visitante não só um contacto directo com a natureza, mas também, despertar o sentimento de pertença à comunidade envolvente e estimular a vontade pelo saber.

Os trilhos da Preguiça são percursos pedestres traçados ao longo da encosta do Arnado, sobre a vertente esquerda do vale de falha do rio Gerês, em plena Serra do Gerês. Os percursos englobam exclusivamente áreas de menor altitude, entre a Casa da Preguiça e a cascata de Leonte, tendo início e término na Casa da Preguiça.

O conjunto de percursos definido – trilhos I, II e III – centra-se num percurso mais longo, assinalado por trilho I, com uma distância real próxima dos 5 500 metros. Permitem adequar o esforço físico a despender à resistência física e capacidade de apreensão e de atenção do visitante.

Além disso, em diversos pontos do traçado definido e para qualquer imprevisto, encontrará saídas com acesso directo à Estrada Nacional (EN 308) e poderá regressar facilmente ao ponto de partida.

Ao seu ritmo, poderá descobrir as diferentes espécies que constituem as comunidades existentes, a sua organização e estruturação e, sobretudo, aprender a sentir-se parte integrante da natureza e a fruí-la, sem pôr em risco o seu equilíbrio.

O trilho I tem um grau de dificuldade médio, atendendo, principalmente, ao início do trajecto, ascendente e com alguma inclinação, passando de uma cota de 665 para 852 metros, ao longo de uma distância de 1000 metros.

A um ritmo considerado adequado são necessárias cerca de 3 horas para o seu percurso. Recomenda-se a alunos do 3ºCiclo e Secundário ou a visitantes em geral com boa resistência física.

Os restantes percursos assinalados por trilhos II e III são mais curtos e de menor grau de dificuldade. O trilho III é o mais curto e de menor dificuldade.

A um ritmo considerado adequado é necessário cerca de 1 hora para completar o seu percurso. Recomenda-se a alunos do Ensino Básico, 1º e 2º Ciclos, ou a visitantes em geral com menor resistência física.


Ponto de partida e chegada: Parque Nacional Peneda Gerês – Casa da Preguiça.
Extensão: 5,5 km. O trilho foi subdividido em 3 versões – percurso longo, médio e curto – podendo-se adequar a diferentes tipos de visitantes. O curto recomenda-se a partir do 1.º CEB, enquanto o longo, apenas a partir do 3.º CEB se as e os participantes possuírem boa constituição física e estiverem habituados a caminhar.
Duração: 3 h (percurso completo).
Dificuldade: média (o percurso longo); fácil (o médio e o curto)

3-Trilho das Silhas dos Ursos

Percurso pedestre de Pequena Rota, sinalizado, com particular destaque para a paisagem de montanha, a Arquitetura rural e o Património natural. Breve descrição. Entidade promotora e responsável pela manutenção do percurso.

O trilho necessita de remarcação e reposição de alguma sinalização, mas pode ser realizado. Desenvolve-se na Serra do Gerês, sobre uma das vertentes do vale de Falha1 do Rio Gerês, numa zona de encostas íngremes, onde abundam linhas de água, alguns pequenos bosques de carvalhos, vidoeiros e azevinhos, e prados de altitude.

O trilho tem por tema a Apicultura e a Arqueologia rural, indo buscar o nome às duas Silhas3. Estas são construções em granito, cujo objetivo era o de proteger os cortiços das abelhas do alcance dos ursos-pardo que habitaram em Portugal.

O percurso desenvolve-se por caminho de pé posto, com pisos irregulares e inclinados, nas encostas e piso regular e pouco acentuado, nas zonas dos prados

A Falha Geológica do Gerês-Lobios (Espanha)

Trata-se de uma Falha relacionada com tensões tardihercínicas que levaram a uma fraturação que cortou e deslocou os granitos desta região. Possui uma direção NNE-SSW, sendo responsável pela deslocação dos vales dos Rios Cávado e Homem e pelas nascentes termais da Vila do Gerês e do Rio Caldo (Espanha).

Os sistemas hidrominerais do Gerês e Lobios têm uma mineralização incomum, nomeadamente, em termos de teores de flúor e boro

O que é uma Silha?

Era uma estrutura que protegia os cortiços do apetite por mel do urso-pardo que vagueou por estas terras até meados do século XVII. As Silhas eram construídas com blocos de granito (abundante na região), em parede dupla, com muros ligeiramente inclinados sendo a fiada superior ligeiramente saída e com altura sempre superior a 2,8 m.

No seu interior, dispostos em pequenos socalcos e travados por pedras, eram colocados os cortiços, de forma circular e feitos de cortiça (daí o nome) e cobertos com um telhado de colmo. Algumas das Silhas tinham pequenas portas que davam acesso ao interior.

As Silhas, de forma a favorecer o trabalho e a saúde das abelhas, eram sempre construídas em encostas ensolaradas e abrigadas do vento, voltadas a nascente/sul. Eram construídas perto da água e de vastas extensões de matos formados por plantas melíferas.

Localização: Parque Nacional Peneda Gerês – Casa da Junceda
Ponto de partida e chegada: Casa da Junceda – Silhas (1 e 2) – prado de Gamil – prado da Tojeira – Casa da Junceda.
Extensão: 5 km
Duração: 3 horas
Dificuldade: Moderada
Cota máxima alcançada: 900 m / 1100 m.

4-Trilho da Cidade da Calcedónia

O Trilho Cidade da Calcedónia permite uma visita ao povoado fortificado da Idade do Ferro, designado Calcedónia.

Presumivelmente de ocupação romana, este local emblemático, cujo topónimo foi criado pela efabulação erudita de alguns sábios do século XVI, indica uma origem clássica fundada pelos Argonautas.

Este percurso, de âmbito Histórico e Paisagístico, desenvolve-se no território da freguesia de Covide e apresenta um repertório histórico-cultural distinto, pelas suas tradições comunitárias e vestígios arqueológicos.

É um trilho pedestre de pequena rota (PR) que apresenta um traçado circular com uma distância real de 7 km, um tempo médio previsto de 4 horas e constitui-se por traçados declivosos que o tornam de elevada dificuldade

Deve ser percorrido num passo certo de forma a facultar a plena fruição, o contacto ambiental e, mais importante, a reflexão sobre este mundo de estruturas culturais e vivências milenares que, hoje, facilmente tendem a se esgotar.

Localização: Parque Nacional Peneda Gerês – freguesia de Covide (Lugar do Calvário), concelho de Terras de Bouro
Ponto de partida e chegada: Lugar do Calvário, freguesia de Covide. 
Extensão: 7 km
Duração: 4:30 horas
Dificuldade: Elevada
Cota máxima alcançada: 999 m

5-Trilho dos Currais

O Trilho dos Currais, inserido na temática “tradições comunitárias”, percorre uma área de singular beleza natural da Serra do Gerês. Percorre-se ao longo de três currais do Baldio de Vilar da Veiga: o Curral da Espinheira, o Curral da Carvalha das Éguas e o Curral da Lomba do Vidoeiro, constituindo um percurso de pequena rota (PR) cuja distância a percorrer é de 10 km, sendo o grau de dificuldade médio a elevado.

Inserido no âmbito Cultural e Paisagístico, o Trilho dos Currais proporciona um contato direto com o espírito e tradições comunitárias locais, a partir da organização silvo – pastoril na forma de vezeira.

Esta prática comunitária, peculiar do Parque Nacional Peneda Gerês, decorre de Maio a Setembro, sendo o gado bovino da comunidade encaminhado pelos caminhos carreteiros até à serra alta, onde se situam os currais.

Os vezeiros – proprietários do gado – acompanham durante dias ou semanas o gado, consoante o número de cabeças que possuem, transpor – tando os utensílios para a alimentação e estadia nas cabanas dos currais.

A manutenção destas estruturas comunitárias é assegurada anualmente. Todos os anos, previamente à subida do gado para a serra, no dia dos cubais, os proprietários limpam os caminhos carreteiros, arranjam as cabanas e as fontes.

Localização: Parque Nacional Peneda Gerês – Freguesia de Vilar da Veiga, Concelho de Terras de Bouro.
Acesso: Vidoeiro – Curral da Lomba do Vidoeiro – Curral da Carvalha das Éguas – Curral da Espinheira – Pedra Bela – Vidoeiro.
Ponto de partida e chegada: Vidoeiro, Freguesia de Vilar da Veiga.
Extensão: 10 km.
Duração: cerca de 4 h.
Dificuldade: média a elevada.

6-Trilho dos Miradouros

O Trilho dos Miradouros no Parque Nacional Peneda Gerês é um percurso pedestre de pequena rota (PR) de âmbito ecológico e paisagístico, tem uma extensão de 10 km.

Estima-se que o tempo necessário para o percorrer seja de 5 horas, sendo o grau de dificuldade atribuído de médio a elevado, com relevos bastante acidentados, em áreas de crista e de planalto, vertentes íngremes e vales apertados, daí que alguns dos locais do percurso exijam cuidados especiais.

O seu traçado localiza-se quase exclusivamente na encosta oeste do vale do Rio Gerês. Os seus limites mais extremos, a Este e a Oeste, são respetivamente a vila das Caldas do Gerês, as áreas de planalto situadas em Lamas e as curvas de S. Bento.

No Trilho dos Miradouros podem ser vistos muitos dos “cabeços de granito” – os miradouros da serra do Gerês – enredados de histórias, destacando-se a Fraga Negra, a Boneca, os Mirantes Velho e Novo e o Penedo da Freira.

Desses locais vislumbra-se um horizonte paisagístico de inigualável beleza natural.

Localização: Parque Nacional Peneda Gerês – Vilar da Veiga, concelho de Terras de Bouro. 
Ponto de partida e chegada: Vilar da Veiga, concelho de Terras de Bouro. 
Extensão: 10 km
Duração: 5 horas
Dificuldade: Média / Elevada
Pontos: Miradouros da Fraga – Boneca – Mirante Velho e Mirante Novo e Penedo da Freira. 

7-Sobreiral da Ermida do Gerês

Na aldeia serrana de Ermida do Gerês, o trilho deve o nome ao sobreiral que se destaca na paisagem montanhosa, numa encosta virada a sul, sobranceira ao rio Arado e Fafião.

Segue por trilhos e caminhos florestais, passando não apenas por locais de beleza paisagístico, como a cascata e vale do Arado, mas também em vários currais utilizados pelos pastores, com destaque para o Curral da Malhadoura.

Localização: Parque Nacional Peneda Gerês – Lugar da Ermida – Vilar da Veiga, concelho de Terras de Bouro
Ponto de partida e chegada: Miradouro da Ermida, Vilar da Veiga
Extensão: 13,3 km
Duração: 5 horas
Dificuldade: Moderada
Cota máxima alcançada: 800 m

Pode consultar aqui toda a informação sobre os outros Parques Naturais de Portugal.

Parque Natural Sintra Cascais, Parque Nacional Peneda Gerês, Parque Natural da Arrábida, Parque Natural Serras de Aire e Candeeiros, Parque Natural do Sudoeste Alentejano, Parque Natural da Serra São Mamede, Parque Natural da Ria Formosa, Parque Natural da Serra da Estrela, Parque Natural de Montesinho, Parque Natural do Litoral Norte, Parque Natural do Douro Internacional.

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